Couchsurfing - o prazer de ser Mochileiro
O Couchsurfing foi-me introduzido pelo meu irmão Paulo, meses antes de me iniciar em viagens, ou seja, há uns 3 anos. "Sabes há uma cena na internet, tipo um site de mochileiros, onde tu podes arranjar dormida à pala".
Achei a ideia fantástica, mas não a procurei de imediato. De início fui entusiasmado exclusivamente pela ideia de poder poupar uns cêntimos, independentemente de tudo o resto. Mas cedo descobri o outro lado da questão.
www.couchsurfing.com
Trata-se de um site no qual um grupo de pessoas se cadastram/inscrevem e se disponibilizam para dar dormida (“surfar”) no sofá de sua casa, de mostrar a sua cidade ou de simplesmente tomar um café com um ente vindo de qualquer parte do Mundo. A internet é sem dúvida o elo de ligação para interesses que são comuns; a melhor forma para conectar milhões de pessoas que têm uma vontade enorme de conhecer um local através de um autóctone e ele mesmo.
6 Janeiro de 2007
Havíamos combinado às 21.15 no Milano D.O.C. para um Lounge. 20 min antes “peguei” um táxi a partir da interesecção Rua Barata Ribeiro e Rua Duvivier e repeti o nome do restaurante ao motorista. Ele retribuiu-me dizendo “Nossa... você vai para um local chique. Vou ligar o ar condicionado para você não chegar suado não. Aí, se coloque mesmo em frente do ar para se refrescar”. Achei-lhe um piadão. Eu que costumo ser um forreta dei-lhe 5 reais de cortesia/gorgeta. Era ver-lhe os olhos a reluzir que nem pirilampos...
Conheci a Mariana, sua mãe e tia à entrada do Milano. Feitas as apresentações ela murmurou-me baixinho “Just don’t say that we meet on the internet”. “Ok, I understand why”, respondi-lhe eu. Foi um final de dia excelente. Um ambiente super relaxado, cocktails e uma companhia extraordinária ao som de um jazz inicial. Troquei várias impressões com a sua mãe e tia, ginecologista e neurologista, respectivamente. Falamos bastante sobre o fosso social do Brasil, da prestação de cuidados de saúde, da relação médico-doente e da assimetria sistema público vs privado. Fiquei maravilhado com as descrições finais dos Lençois dos Maranhenses, zona no Norte do Brasil, onde a mãe da Mariana exerce.
Mariana: advogada de profissão, uma autêntica doçura. Uma simpatia indescritível de pessoa, um sorriso sempre patente e a ânsia estampada no rosto de ser e fazer os outros felizes. Uma abertura de espírito que sempre achei utópica, mas que estava ali e era real. E como foi óptimo fazer parte dela. Conversámos sobre praticamente tudo, desde viagens, trabalho, perspectivas futuras e gostos dos mais variados, desde os gastronómicos até aos sentimentais. Ouvi relatos do Rio na perspectiva de uma carioca autêntica. As horas passaram a voar e deu gosto ali estar. Regressámos todos de táxi, cada um para a sua origem. Entrei na Pousada já passava das 4.00. Ficou a promessa de nos voltarmos a encontrar.
Um beijo enorme, Mariana!!
Só passou um dia e já tinha passado um dia. Foi bem aproveitado!! O amanhã seria o segundo e eu estava ali para lhe dar. Havia ligado durante a tarde por “Orelhão” (telefone público) à Diala, irmã de uma amiga da minha tia Anabela que morava a +- 60 km da zona Sul do Rio. Disponibilizou-se para ir ter comigo ao hostel 12.00, no Domingo, ou seja, dali a 7 horas. Perfect! 8 alarmes em 2 relógios e 2 telemóveis debaixo da minha almofada, tranquilizaram-me e por isso quando fechei os olhos foi tiro e queda.
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